Peixe-leão: entenda como espécie invasora ameaça equilíbrio ecológico e pode ser perigosa para seres humanos

  • 11/03/2025
(Foto: Reprodução)
Espécie tem 18 espinhos que contêm toxina que pode ser prejudicial à saúde humana. Sem predadores naturais no litoral brasileiro, animal tem se reproduzido de forma rápida e preocupado pesquisadores. Peixe-leão, a espécie invasora que pode ameaçar o equilíbrio ecológico no Brasil Mergulhadores treinados pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) capturaram, em Fernando de Noronha, o que pode ser o maior peixe-leão já registrado no mundo, com 49 centímetros. A espécie tem se espalhado pelo litoral brasileiro, causando preocupação pelo desequilíbrio ambiental e por ser perigosa para os seres humanos (veja vídeo acima). ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE Nesta reportagem, você vai saber: Quais foram os primeiros registros de peixe-leão no Brasil? Qual a origem do peixe-leão e por que é um invasor? Quais os riscos para o meio ambiente e para os seres humanos? Como o Brasil tem lidado com o problema? O que fazer em caso de acidente ou de avistar um peixe-leão? Quais os primeiros registros de peixe-leão no Brasil? Peixe-leão capturado mede 49 centímetros Sea Paradise/Divulgação As primeiras ocorrências de peixe-leão no Brasil aconteceram em 2014 e 2015, no litoral do Rio de Janeiro. Em 2020 houve o primeiro registro de captura da espécie em Fernando de Noronha; Também em 2020, no Ceará, um pescador pisou num peixe-leão e precisou ser internado depois de ter dores, convulsões e paradas cardíacas; Desde então, diversos estados brasileiros têm notificado a ocorrência de peixes-leão. ⤴️ Voltar ao início desta reportagem. Qual a origem do peixe-leão e por que é um "invasor"? O nome científico do peixe-leão é Pterois volitans; A espécie é originária da região dos oceanos Índico e Pacífico e não se sabe exatamente como chegou ao litoral brasileiro; Uma das hipóteses é que correntes marinhas tenham trazido larvas ou peixes-leão da região do Caribe, onde também são invasores (veja infográfico abaixo); Segundo o doutor em biologia marinha Pedro Pereira, do projeto Conservação Recifal, uma das teorias estudadas diz que a espécie chegou ao Caribe depois que um furacão destruiu uma loja de aquários no estado da Flórida, nos Estados Unidos; Outra possibilidade, segundo o biólogo, é a de que pessoas soltaram exemplares do peixe no mar do Caribe intencionalmente; Segundo o ICMBio, as primeiras aparições da espécie no Brasil foram em Arraial do Cabo, no litoral do Rio de Janeiro, em 2014 e 2015; Em dezembro de 2020, o primeiro peixe-leão foi capturado em Fernando de Noronha. Depois, apenas em 3 de agosto de 2021 foi encontrado o segundo animal; A partir daí, outros estados relataram a presença desses animais; Em 2024, apenas numa operação submarina mergulhadores capturaram 140 peixes-leão no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha; A ocorrência de peixes-leão em Noronha se tornou cada vez mais comum e motivou o ICMBio treinar mergulhadores e pescadores para identificar os animais. ⤴️ Voltar ao início desta reportagem. LEIA TAMBÉM ICMBio envia 140 peixes-leão capturados na ilha a cinco locais para estudo de pesquisadores Infográfico detalha animal invasor venenoso que ameaça ecossistema local Quais os riscos para o meio ambiente e para os seres humanos? A presença da espécie no litoral brasileiro é considerada preocupante porque os peixes-leão não têm predadores naturais aqui, podendo se reproduzir de forma acelerada; Ao mesmo tempo, podem se alimentar de espécies endêmicas, ou seja, que só ocorrem na costa brasileira, ameaçando a existência delas e causando desequilíbrio ecológico; Em Fernando de Noronha, após analisar o conteúdo do estômago de peixes-leão, pesquisadores constataram que o peixe-leão tem se alimentado de outros peixes do arquipélago e se reproduzindo na região; A espécie é predatória e pode consumir até 20 peixes em apenas 30 minutos; Além disso, se reproduz rapidamente e consegue colocar até 30 mil ovos de uma vez; Normalmente esses animais estão concentrados em águas mais profundas, mas há uma tendência de migrarem para regiões rasas; Para os seres humanos, os peixes-leão são perigosos porque têm espinhos que contêm uma toxina que pode causar reações como vermelhidão, febre e até convulsões. ⤴️ Voltar ao início desta reportagem. Como o Brasil tem lidado com o problema? Foram capturados 61 peixes-leão em Noronha Sea Paradise/Divulgação Órgãos ambientais têm feito ações de educação, capacitação de mergulhadores e pescadores, mapeamentos e remoção dos animais encontrados; O ICMBio tem realizado treinamentos com mergulhadores e pescadores em Fernando de Noronha - para que possam identificar a espécie; Os mergulhadores têm autorização de capturar os animais no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha; Os peixes recolhidos são medidos, pesados e enviados para análise nas seguintes instituições: Projeto Conservação Recifal; Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Universidade Federal Fluminense (UFF); Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Universidade Federal de Alagoas (Ufal); O maior animal capturado em Fernando de Noronha até agora mediu 49 centímetros e pode ser o maior exemplar da espécie já registrado no mundo; Uma alternativa avaliada para controlar a população de peixe-leão é liberar o consumo da espécie, mas ainda precisa de regulamentação; O ICMBio oferece capacitações para captura do peixe-leão a operadoras de mergulho. Empresas interessadas podem entrar em contato pelo telefone: (81) 9115-6860. ⤴️ Voltar ao início desta reportagem. O que fazer em caso de acidente ou avistamento de um peixe-leão? O peixe-leão pode ser encontrado em profundidades que variam de dois a 300 metros. O animal tem 18 espinhos com toxinas que podem ser prejudiciais à saúde humana; Se uma pessoa for ferida pelos espinhos, esse "veneno" pode causar dor, náuseas e, em casos mais graves, convulsões. É preciso cuidado ao manusear o animal, para não se machucar; Se for atingida por um peixe-leão, deve-se lavar a área imediatamente com água quente, para diminuir a dor, e procurar ajuda médica; No caso de avistar um peixe-leão, é importante buscar ajuda para reduzir os danos causados por esses "invasores"; Uma das opções é entrar em contato com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pelo telefone: 0800 61 8080. O número funciona em todo o Brasil e recebe informações sobre avistamentos de peixes-leão e outras ocorrências relacionadas à fauna e flora. ⤴️ Voltar ao início desta reportagem. Peixe-leão Arte/G1 VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/blog/viver-noronha/post/2025/03/11/peixe-leao-entenda-como-especie-invasora-ameaca-equilibrio-ecologico-e-pode-ser-perigosa-para-seres-humanos.ghtml


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