Homem é preso ao entrar com ovos 'recheados' de maconha no presídio de Igarassu; VÍDEO
05/06/2025
(Foto: Reprodução) Imagens divulgadas pela polícia mostram agente quebrando casca para retirar droga. Esta é a segunda apreensão em uma semana na unidade, onde funcionou esquema conhecido como 'resort do crime'. Polícia apreende maconha escondida em ovos no Presídio de Igarassu, no Grande Recife
Um homem foi preso em flagrante por tráfico de drogas enquanto tentava entrar no Presídio de Igarassu, no Grande Recife. Segundo a Polícia Civil, ele estava com 210 gramas de maconha, escondidos dentro de ovos numa bandeja (veja vídeo acima).
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O caso aconteceu na segunda-feira (2). Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram um policial penal quebrando as cascas dos ovos com uma faca para retirar a droga, que estava guardada em sacos pequenos. O nome do suspeito não foi divulgado.
A polícia não informou como o homem conseguiu colocar o entorpecente nos ovos nem para quem o material ia ser entregue. A corporação também não detalhou se ele era parente de algum detento ou tinha sido contratado para realizar algum serviço no local.
Esta é a segunda apreensão de drogas registrada em uma semana no Presídio de Igarassu, onde funcionava um esquema de propina e favorecimento de presidiários conhecido como "resort do crime" (saiba mais abaixo).
No dia 29 de maio, policiais penais da unidade encontraram 378 gramas de maconha em caixas de aveia durante uma inspeção dos mantimentos levados por parentes dos detentos.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), o responsável por levar a droga à unidade disse ter recebido R$ 150 para fazer a entrega e afirmou que não conhecia os destinatários. O homem foi encaminhado para o Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil.
Polícia apreendeu 210 gramas de maconha escondidos dentro de ovos no Presídio de Igarassu, no Grande Recife
Polícia Civil/Divulgação
Resort do crime
O esquema de corrupção foi desarticulado pela Operação La Catedral, deflagrada pela Polícia Federal no fim de fevereiro.
As investigações começaram depois que a polícia identificou que um detento comandava diversos crimes de dentro da cadeia, com o apoio de servidores do sistema prisional.
Além das regalias para os presos, foram constatados outros crimes dentro do presídio, como o uso de drogas e também a produção de pasta base de cocaína dentro do Espaço Cultural da unidade.
Na primeira fase, foram presos o ex-diretor do presídio e quatro policiais penais. Na segunda fase, deflagrada em abril, o ex-secretário foi o alvo. Além de preso, ele também foi alvo de busca e apreensão.
Na casa dele, no bairro do Prado, na Zona Oeste do Recife, foram apreendidos arma funcional, aparelhos celulares e um veículo.
Entre os crimes investigados, estão corrupção ativa e passiva, prevaricação, facilitação de entrada de objetos ilícitos na prisão, tráfico de drogas e organização criminosa.
De acordo com inquérito da Polícia Federal, o dinheiro da propina seria um pagamento que os presos, na figura dos chaveiros, repassavam para o diretor Charles Belarmino.
As investigações também apontaram que o ex-secretário André de Araújo Albuquerque teria recebido parte do dinheiro.
As investigações da PF e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) continuam, e o inquérito segue em segredo de Justiça.
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